Capítulo 39: A Cultura da Tininha – O Contraponto Suave
Capítulo 39: A Cultura da Tininha – O Contraponto Suave A mistura que formou a nossa casa. Dizem que os opostos se atraem, mas acredito que, na verdade, os opostos se completam. Eu sempre fui o homem dos números, da precisão alemã (ou húngara, para ser exato), das tabelas, da tecnologia e da resolução prática de problemas. Minha mente funcionava — e ainda funciona — como um diagrama de fluxo. A Tininha era a poesia que quebrava essa minha prosa rígida. A "cultura da Tininha" não se resumia apenas aos livros que ela leu ou à educação formal que recebeu. Era algo mais profundo. Era uma sabedoria de vida, uma sensibilidade brasileira e acolhedora que eu, com minha herança europeia e às vezes fria, precisava desesperadamente, mesmo sem saber. Enquanto eu me preocupava em como as coisas funcionavam, ela se preocupava em como as pessoas se sentiam. Ela trazia para dentro de casa uma riqueza de detalhes que, aos meus olhos de engenheiro, poderiam passar despercebidos. O cuidado ...