Postagens

Capítulo 47: O Engenheiro de Almas – 25 Anos de Terapia Holística

Imagem
Capítulo 47: O Engenheiro de Almas – 25 Anos de Terapia Holística Do conserto de máquinas ao equilíbrio de pessoas. Se na Icotron e na Maxitec eu aprendi a consertar circuitos e ajustar voltagens, a vida me empurrou para aprender a ajustar energias humanas. Há 25 anos, iniciei minha jornada na Terapia Holística, o que chamo carinhosamente de "O Caminho da Cura". Pode parecer um salto gigantesco sair da automação industrial para o Reiki ou para o alinhamento de chakras, mas para mim, foi uma evolução natural. O corpo humano é a máquina mais complexa que existe. E, assim como um capacitor na fábrica pode queimar por excesso de carga, nós também "queimamos". O estresse, a mágoa, o medo... tudo isso é energia mal direcionada que acaba virando doença ou bloqueio. Nesses 25 anos, atendi muitas pessoas. Algumas vinham com dores físicas, outras com dores na alma. Usei minhas mãos — as mesmas que desenharam projetos técnicos — para tentar levar alívio. Aprendi que a cura...

Capítulo 46: Karma, Inquisição e a Balança da Justiça

Imagem
Capítulo 46: Karma, Inquisição e a Balança da Justiça Quando a engenharia encontra o espírito. Para quem me conhece apenas pelos crachás da Siemens ou da Icotron, ou pelos carimbos do serviço público, o que vou contar agora pode parecer estranho. Como pode um homem de exatas, regido pela lógica e pela física, mergulhar tão fundo no mundo invisível da espiritualidade? A resposta é simples: a engenharia busca causas e efeitos. A espiritualidade também. Ao longo da vida, percebi que nem todas as equações fechavam apenas com a lógica material. Havia padrões, repetições, dores e injustiças que a física não explicava. Foi aí que encontrei o conceito de Karma e a Mediação. Não vejo o Karma como punição, mas como uma lei física de ação e reação que atravessa o tempo. E foi buscando entender meus próprios "nós" jurídicos e pessoais que tive uma das revelações mais impactantes da minha vida, através de uma regressão de memória. Eu vi a Inquisição. Não como um filme, mas como u...

Capítulo 41- O Coronel Mandú e a Menina dos Olhos

Imagem
Capítulo 41- O Coronel Mandú e a Menina dos Olhos A força que se curvava ao afeto. Toda família tem suas lendas, suas figuras que parecem maiores que a vida, cujos nomes são pronunciados com um misto de respeito e temor. Na história da Tininha, essa figura era o Coronel Mandú. Para o mundo, o Coronel podia ser a autoridade, a patente, o homem de decisões firmes e postura inabalável. Mas, quando se tratava da Tininha, a hierarquia militar se desfazia. Diante dela, o Coronel não batia continência; ele entregava o coração. O amor do Coronel Mandú pela Tininha era algo bonito de se ver. Era aquele tipo de amor protetor, quase uma fortaleza construída ao redor de uma flor. Ele via nela a continuidade, a pureza, talvez a parte mais doce da vida que a rigidez da carreira ou da época muitas vezes o obrigava a esconder. Dizem que os homens daquela geração eram duros, que não sabiam expressar sentimentos. Mas quem viu a relação dos dois sabe que isso é meia verdade. O amor dele não precisava...

Capítulo 45: Maxitec – Quando a Engenharia Virou Inteligência

Imagem
Capítulo 45: Maxitec – Quando a Engenharia Virou Inteligência O passo seguinte: Automação e Tecnologia. Depois de absorver a base na Fone-Mat e a escala industrial na Icotron, minha carreira evoluiu para a Maxitec. Se a Icotron era sobre o componente (o hardware puro), a Maxitec representava o cérebro, a inteligência, o início de uma era mais sofisticada de automação. A transição foi natural, mas desafiadora. Na Maxitec, o jogo era outro. Estávamos lidando com sistemas que exigiam não apenas robustez, mas lógica apurada. Era o momento em que a indústria brasileira começava a flertar mais seriamente com a automação, com os comandos numéricos, com a tecnologia que prepararia o terreno para o futuro digital. Minha vivência anterior foi crucial. Eu sabia como os componentes eram feitos (graças à Icotron), então eu sabia o que exigir dos equipamentos. Eu tinha a ética de trabalho do Sukys, então sabia como liderar projetos com seriedade. Na Maxitec, senti que estava na crista da onda da ...

Capítulo 44: A Gigante Icotron – A Universidade do Chão de Fábrica

Imagem
Capítulo 44: A Gigante Icotron – A Universidade do Chão de Fábrica A imersão na precisão alemã e o volume industrial. Com a bagagem inicial da Fone-Mat, o destino me levou para o Sul, para uma experiência que mudaria minha escala de visão: a Icotron. Fundada em 1954 e parte do poderoso grupo Siemens, a Icotron em Gravataí (RS) não era apenas uma fábrica. Era um colosso. Para um engenheiro apaixonado por tecnologia, entrar naqueles pavilhões era como entrar na Disney da eletrônica. Ali, deixei de lidar com projetos pontuais para mergulhar na produção em massa de componentes vitais. Nós fabricávamos o coração dos equipamentos eletrônicos: capacitores eletrolíticos, capacitores de poliéster, semicondutores. O choque cultural foi positivo e imediato. A Icotron respirava a metodologia alemã. Tudo tinha processo, tudo tinha norma, tudo tinha controle de qualidade. Não havia espaço para improviso amador. Lembro-me do cheiro característico da fábrica — uma mistura de verniz, produtos quími...

Capítulo 43: Fone-Mat S/A e o Mestre Francisco Sukys

Imagem
Capítulo 43: Fone-Mat S/A e o Mestre Francisco Sukys O início, a base e a referência. Na vida de todo profissional, existe aquele momento divisor de águas: o salto da teoria da sala de aula para a realidade do mercado. E, se tivermos sorte, esse salto é amparado por um mentor. Eu tive essa sorte na Fone-Mat S/A. Antes de me tornar o engenheiro experiente da Siemens ou o empresário, fui moldado sob a influência de Francisco Sukys. A Fone-Mat não foi apenas um emprego; foi a minha incubadora. Ali, a engenharia não era apenas sobre cálculos e desenhos; era sobre resolver problemas reais de telecomunicações e infraestrutura. Mas o grande diferencial não eram as máquinas, e sim as pessoas. Francisco Sukys era uma figura que impunha respeito não pelo medo, mas pelo conhecimento. Trabalhar com ele foi como fazer uma pós-graduação prática em ética profissional e excelência técnica. Ele tinha aquela visão de que a engenharia tem uma função social: tudo o que projetamos ou construímos deve s...

Capítulo 42: O Caos Mais Feliz do Mundo

Imagem
Capítulo 42: O Caos Mais Feliz do Mundo A casa cheia, o barulho e a doce exaustão. Hoje, em 2025, minha casa em Indaial tem momentos de um silêncio profundo. É um silêncio de paz, de dever cumprido, mas às vezes ele ecoa. E é nesses momentos que a memória me transporta de volta para uma época onde o silêncio era um artigo de luxo, algo raro e quase inalcançável. Estou falando da época em que as crianças eram pequenas. Quem vê de fora, ou quem já esqueceu, pode romantizar demais. Mas a verdade é que criar filhos pequenos é uma maratona olímpica sem pódio no final do dia. Lembro-me do chão da sala, que deixava de ser um piso para se tornar um campo minado de brinquedos. Pisada em falso? Dor garantida em um bloco de montar ou em um carrinho esquecido. A rotina era um turbilhão. Eram febrezinhas na madrugada que nos faziam virar médicos autodidatas às 3 da manhã. Eram as tarefas da escola, as lancheiras, a correria para conciliar a minha carreira de engenheiro, as viagens da Icotron ou ...