Sobre Al Biruni


ABU RAIHAN MUHAMMAD AL-BIRUNI
AL-BIRUNI







Al-Biruni foi um extraordinário astrônomo, matemático, físico, médico, geógrafo, geólogo e historiador, segundo Max Meyerhoff, Al-Biruni é provavelmente a figura mais proeminente dentro da falange dos universalmente formados estudiosos muçulmanos que caracterizam a Idade de Ouro da Ciência Islâmica. As suas grandes contribuições nos mais variados campos granjearam-lhe o título de "al-Ustadh", Mestre ou Professor por excelência.
Alguns historiadores designaram o período da sua atividade como "A Idade de Al-Biruni". Abu Raihan Muhammad Al-Biruni nasceu em Khwarizm (atualmente Kara-Kalpakskaya no Uzbequistão) no ano de 973 d.C. Estudou Árabe, Lei Islâmica, e diversos ramos de conhecimento.
Mais tarde aprendeu Grego, Sírio e Sânscrito. O seu conhecimento de variadas línguas auxiliou-o a compreender o trabalho existente e a reunir uma abordagem do seu trabalho igualmente inovadora e original.
Al-Biruni defendia que, independentemente do assunto, deviam-se sempre utilizar as fontes no sua forma original, investigar o trabalho existente com um escrutínio objetivo, e empreender a pesquisa através da observação direta.
Ele foi contemporâneo do famoso físico Ibn Sina (Avicenna) e sabe-se que manteve correspondência com este, as contribuições de Al-Biruni são de tal forma extensas que um índice das suas obras escritas ocupa mais de sessenta páginas.
O seu trabalho científico, em conjunto com as contribuições de Al-Haitham (Al-Hazen) e outros cientistas Muçulmanos, foram a base da ciência moderna. Al-Biruni faleceu em 1048 em Ghazna (Afeganistão), depois de uma ilustre carreira de quarenta anos. Al-Biruni contribuiu de forma original e importante para a ciência.
Descobriu sete maneiras diferentes de localizar a direção do norte e do sul, assim como técnicas matemáticas para determinar com exatidão os inícios da estações. Igualmente escreveu sobre o sol, seus movimentos e eclipse. Mais ainda, a ele se deve a invenção de alguns instrumentos de astronomia.
Muitos séculos antes do resto do mundo, já Al-Biruni defendia que a terra rodava sobre o seu próprio eixo e calculava precisamente latitudes e longitudes. Estas observações estão contidas no seu livro "Al-Athar Al-Baqia." Escreveu ainda um tratado sobre cálculos horários em 1000 E. C.
Al-Biruni foi o primeiro a conduzir experiências elaboradas relativas a fenômenos astronômicos. Afirmou que a velocidade da luz era imensa, comparada à velocidade do som. Descreveu a Via Láctea como um conjunto de inúmeros fragmentos de estrelas nebulosas.
Al-Biruni relatou a sua observação do eclipse solar de 8 de Abril de 1019 e do eclipse lunar de 17 de Setembro de 1019. Relativamente ao eclipse solar que observou em Lamghan, um vale rodeado por montanhas, entre as cidades de Kandahar e Kabul, ele escreveu: aquando do nascer do sol observamos que um terço do sol se encontrava eclipsado e que o eclipse estava a diminuir.
Ele observou o eclipse lunar em Ghazna e forneceu detalhes precisos da altitude de diversas estrelas bem conhecidas no momento do primeiro contato. O livro "Al-Tafhim-li-Awail Sina'at al-Tanjim" de Al-Biruni sumariza trabalhos sobre Matemática e Astronomia. Foi traduzido por Ramsay Wright em 1934, em Luzac.
As contribuições de Al-Biruni para a Física incluem estudos sobre nascentes e determinações exatas do peso específico de dezoito elementos e compostos, incluindo muitos metais e pedras preciosas. O seu livro "Kitab-al-Jama-hir" discute as propriedades de diversas pedras preciosas.
Ele foi um pioneiro no estudo dos ângulos e da trigonometria. Trabalhou sobre sombras e diâmetros e desenvolveu um método para tripartir o ângulo. Elaborou no princípio da posição e discutiu os numerais Indianos.
Nos campos da geologia e da geografia, Al-Biruni contribuiu para o conhecimento das erupções geológicas e da metalurgia, para a medição das longitudes e das latitudes e para a determinação da posição relativa de um local a outro.
Explicou o funcionamento das nascentes naturais e dos poços artesianos através do princípio hidrostático dos vasos comunicantes. O seu livro Al-Athar Al-Baqiyah fi Qanun al-Kaliyah debruça-se sobre história antiga e geografia, tendo sido traduzido por Edward Sachau.
Al-Biruni constatou que a flores possuem 3, 4, 5, 6, ou 18 pétalas, embora nunca sete ou nove.
Al-Biruni é vulgarmente conhecido pela sua associação com Mahmood Gahznavi, um famoso rei Muçulmano que também governava a Índia, e seu filho, o Sultão Masood. Impressionado com o seu grau de cultura e fama, o Sultão Mahmood levou diversas vezes consigo Al-Biruni nos seus périplos pela Índia.
Al-Biruni viajou por muitos locais da Índia durante cerca de 20 anos e estudou filosofia Hindú, assim como a Matemática, Geografia e religião dos Panditas. Em paga, deu-lhes a conhecer a ciência e a filosofia Grega e Muçulmana.
O livro de Al-Biruni "Kitab al-Hind" fornece uma descrição pormenorizada da vida Indiana, suas religiões, línguas e culturas, e inclui muitas notas geográficas. Ele afirmou que o vale Hindu devia ser considerado uma antiga bacia marítima preenchida com depósitos aluviais.
Nesta sua obra, são mencionados dois livros, Patanjal e Sakaya. Traduziu estes dois livros de Sânscrito para Árabe, o primeiro debruça-se sobre relatos de experiências após a morte, e o último sobre a criação das coisas e seus tipos.
O livro "Aein-i-Akbari" de Abu-al-Fadal, escrito seis séculos mais tarde durante o reinado de Akbar, foi influenciado pelo do Al-Biruni. Al-Biruni escreveu também o seu famoso "Al-Qanun Al-Masudi Fi Al-Hai'a Wa Al-Nujum" em 1030.

Este livro foi escrito após o seu regresso da Índia e era dedicado ao Sultão Masood. Discute diversos teoremas de trigonometria, astronomia, movimentações do sol, da lua e dos planetas, e contém uma coleção de vinte e três observações de equinócios.

Os seus outros livros bem conhecidos são Al-Athar Al-Baqia e Kitab-al-Saidana, o primeiro fornece um relato da história antiga das nações e o último é uma extensa obra médica que sintetiza a medicina Árabe e a medicina Indiana.

As suas investigações incluíam a descrição de gêmeos siameses. Escreveu igualmente sobre o astrolábio e um tipo de calendário mecânico. Al-Biruni foi um verdadeiro cientista Muçulmano que beneficiava dos ensinamentos e da orientação Islâmica, assim como das investigações científicas. Ele afirmou:

"A minha experiência no campo da astronomia e da geometria, e na física, revelou-me que deve existir uma Mente Planejadora de Poder Ilimitado. As minhas descobertas na Astronomia comprovam que existem detalhes fantásticos no universo que corroboram a existência de um sistema criativo e de um controlo meticuloso não explicáveis por simples causas físicas e materiais."
Ele nunca explorou o seu trabalho como um meio de obter fama, autoridade ou ganhos materiais, quando o Sultão Masood lhe enviou três camelos com moedas de prata como agradecimento do seu trabalho enciclopédico "Al-Qanun al-Masoodi", (O Cânone Mas'udi), Al-Biruni delicadamente recusou o presente real dizendo:
"Eu sirvo o conhecimento para o bem do conhecimento, e não por dinheiro."
Al-Biruni é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos.

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