Turismo Gastro-Cultural Húngaro

Os Húngaros, sua tradição e sua cozinha

Brasil e Hungria
Estimado leitor, tive hoje um bate-papo pelo g-mail com a Laura, que me escreveu o texto abaixo.
Laura:  queremos elaborar aqui em Santo Antonio de Lisboa e Sambaqui um intercambio cultural entre Brasil e Europa e fazer um tourismo gastro-cultural aqui. Se voce conhece alguem que poderia ajudar como patrocinador ou que tiver contato agradeceria muito; um abraço, Laura Erdélyi.
Laura: queremos depois entregar o projeto para a secretaria de tourismo daqui e depois para a embaixada hungara.
Como fui pesquisar na internet respostas para a consulta dela, encontrei o excelente artigo de Dolores Freixa, publicado na página Guta Chaves, que tem os direitos reservados. Deste modo, coloco o link e o texto como citação.
Para saber mais, clique em Mais informações, abaixo.


Fonte: http://gutachaves.com.br/website/artigo.asp?cod=2132&idi=1&id=12022
Por DOLORES FREIXA - HISTÓRIA




  • Os Húngaros, sua tradição e sua cozinha






  • A chegada ao Brasil






  • Bagagem cultural e emocional






  • Os jovens e a tradição






  • A influência cultural






  • A paisagem urbana






  • Culinária robusta






  • Restaurante húngaro






  • Páscoa húngara






  • Onde saborear os pratos húngaros






  • Para saber mais sobre a gastronomia, leia...






  • Veja uma das receita do livro de Wessel...






  • Entidades húngaras e as atividades do mês
    Os Húngaros, sua tradição e sua cozinha
    Em São Paulo, as 10 mil famílias descendentes de húngaros estão concentradas nos bairros do Alto da Lapa, Vila Anastácio, Higienópolis e Jardins.
    por Dolores Freixa
    Uma das comunidades com fortes tradições culturais e gastronômicas é a húngara. São Paulo possui a maior colônia desse povo descendente dos magiares, vindos das estepes dos Montes Urais, que no século IX fundaram o reino húngaro na Europa Central, sob o reinado de Estevão I. A capital Budapeste, que é atravessada pelo rio Danúbio, se tornou um grande centro comercial na Idade Média.
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    A chegada ao Brasil
    Os primeiros húngaros chegaram no Brasil por volta de 1890, na época da dominação do Império Austro-Húngaro. Eram de origem camponesa e instalaram-se no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A segunda leva de imigrantes do país do grande compositor List, veio depois da I Guerra Mundial, localizando-se no Estado de São Paulo e na capital. Muitos judeus de origem húngara fugiram das perseguições e também escolheram o Brasil como a segunda pátria.
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    Bagagem cultural e emocional
    Mesmo estando longe de sua terra natal, a comunidade não esqueceu as suas tradições. Fundaram grupos de escoteiros, criaram corais e centros literários, desenvolvendo atividades para manter viva a língua húngara. Segundo Eva Piller, uma apaixonada em folclore e história da Hungria, que chegou em 1949 e optou por tornar-se brasileira de coração, diz: “a língua húngara é uma das mais antigas e originais da Europa da família do fino-úgrica”. Eva está muito feliz em ter optado por ficar aqui e segundo ela, os imigrantes trouxeram “um pacote emocional de experiências culturais muito ricas e isso só engrandeceu o povo brasileiro”.
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    Os jovens e a tradição
    Os filhos e os netos dos húngaros, mantém vivo até hoje o fascínio pela cultura de seus antepassados. É o caso de Pedro Marquês da Silva, jovem de 23 anos, diretor e coreógrafo do Grupo Folclórico Pántlika. A mãe dele, Antonia Reichl, (nome de solteira) chegou em São Paulo, nos anos 50, junto com a família e a bisavó Ana Ofner, que abriu a primeira Doceira Ofner, no centro da cidade. Mesmo tendo um pai brasileiro da região amazônica, Pedro diz que desde pequenininho, revelou um talento especial pela dança e a música do país materno.
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    A influência cultural
    Nomes importantes de origem húngara têm uma grande participação na vida intelectual e artística do nosso país, como as atrizes Eva Todor e Cássia Kiss: a bailarina e diretora do Balé Stagium, Marika Gidáli; o escritor João Bittencourt, além de vários professores universitários com atuação destacada nas áreas de Física, Engenharia e Psicologia. No mundo da cultura gastronômica, impossível não deixar de citar o gourmet e mestre dos cortes de carne, István Wessel, que desembarcou no Brasil com a família em 1957, com 10 anos de idade.
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    A paisagem urbana
    Os imigrantes húngaros também influenciaram a paisagem da cidade de São Paulo. Suas marcas podem ser observadas em monumentos, fachadas, esculturas, edifícios, como o Colégio Santo Américo, fundado pelos padres beneditinos, Mosteiro São Geraldo e Igreja de São Bento, no Morumbi e Praça do Povo Húngaro, na Aclimação, que recebeu esse nome no ano 2000 em comemoração aos 1000 anos de fundação da Hungria. Há ainda uma igreja húngara, a Igreja Cristã Reformada do Brasil, que tem uma construção típica da região da Transilvânia (hoje parte da Romênia), que já pertenceu à Hungria e a perdeu após a derrota do Império Austro-Húngaro na I Guerra Mundial.
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    Culinária robusta
    Os húngaros são muito alegres e adoram dançar, comer e beber. Nos encontros da comunidade há muita comida típica regada a vinho. Os pratos sempre vêm acompanhados do ingrediente mais famoso da culinária húngara: a “páprica”, um pimentãozinho vermelho que dá sabor e cor às iguarias, como o gulash (cozido de carne) e pápricas de frango. O povo húngaro é muito festeiro e sempre arranja um bom motivo para comemorar alguma data histórica e degustar as saborosas sopas, saladas e os deliciosos pratos. Como a galuska (tipo de nhoque feito com farinha, ovo, água e sal) e a tarhonya (uma massa que leva farinha, ovos e caldo de carne). Na sobremesa não podem faltar o strudel de maçã (preparado com uma massa folhada muito fina), a Torta Dobus (recheada chocolate e caramelo) e Torta Gerboud (massa com farelo de nozes e camadas de geléia de damasco).

    Páscoa húngara
    Uma das festas mais comemoradas pela comunidade húngara, com um cardápio especial, é a Páscoa. Além do Pato Recheado com Castanhas, não pode faltar à mesa o lombo, tudo com muito alho e cebola.
    Neste dia, as moças solteiras da comunidade pintam ovos com delicados desenhos e os presenteiam aos rapazes, que em troca jogam gotas de colônia sobre as suas cabeças. Este costume de troca de agrados entre os jovens, permanece até hoje.

    Onde saborear receitas húngaras
    Doceira Húngara
    Rua D. Maria Carolina, 714, Jardim Paulistano, tel. (11) 3813-3710. De segunda a sexta, das 9 às 18h; sábado, das 9 às 16h.
    Restaurante Hungarium
    Rua Sergipe, 270, Consolação, tel. (11) 3258-8862. De terça a domingo, das 12h às 15h30
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    Para saber mais sobre a gastronomia, leia:
    A Cozinha Húngara, A volta ao mundo em 80 receitas – István Wessel
    Editora Melhoramentos, 96 págs. Os pratos típicos e um pouco da história da cozinha húngara compõem esse pequeno livro, parte de uma coleção que traz um apanhado de receitas de cada culinária internacional.
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    Veja uma das receitas do livro de Wessel :
    Sopa de Gulash
    Rendimento: 4 porções
    Ingredientes
    360 g de músculo
    2 cebolas picadas
    80g de toucinho
    1 colher (sopa) de páprica doce
    1 colher (café) rasa de cominho
    6 dentes de alho
    10 batatas
    2 pimentões verdes
    1 tomate fresco
    6 porções de massa Csipetke * (veja receita)
    Sal
    Preparo






  • Corte a carne em cubos de 2 cm.






  • Doure a cebola no toucinho derretido. Abaixe o fogo e junte rapidamente a páprica. Misture a carne e o sal e refogue. Deixe secar o caldo, junte o cominho e o alho picado, adicionando sempre um pouco de água. Cozinhe em fogo médio, com a panela tampada, mexendo de vez em quando. Cuidado: a carne não deve ser fervida, mas amaciada em um pouco do caldo no vapor.






  • Enquanto isso, descasque e corte as batatas (de uma qualidade que não se desfaça ao cozinhar) em quadradinhos de cerca de 1 cm, assim como o pimentão verde e o tomate.






  • Prepare a massa do csipetke. Reserve.






  • Antes que a carne esteja completamente cozida, reduza todo o caldo até ficar somente a gordura. Adicione, então, as batatas, misturando bem e fritando tudo junto. Acrescente a água até cobrir bem os ingredientes. Junte o pimentão e o tomate.






  • Quando as batatas estiverem semicozidas, junte a massinha csipetke para cozinhar (quando subirem à superfície da sopa, estarão prontos, cerca de 2 a 3 minutos). A quantidade definitiva pode ser regulada adicionando-se mais água ou caldo e, nesse caso, completando-se o tempero.
    Ingredientes para o csipetke
    8 colheres (sopa) de farinha de trigo
    1 ovo
    Sal
    Preparo (tempo de preparo: 30 minutos)






  • Prepare uma massa dura com o ovo, a farinha e o sal, mas sem água. Em uma tábua de madeira previamente polvilhada, estenda a massa até a espessura de cerca de 1 mm.






  • Em seguida, com as mãos esfarinhadas, belisque pedacinhos do tamanho da unha do dedo mínimo (o nome da receita origina-se desta operação, csipetke = belisquinho). Reserve.
    * O Csipetke é o acompanhamento natural da sopa de Gulash.
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    Entidades Húngaras e as festas do mês
    Casa Húngara
    Rua Gomes de Carvalho, 823, tel. (11) 3849-0293. A Casa oferece curso da língua húngara, encontros literários e artísticos abertos para a comunidade e qualquer pessoa interessada sobre cultura do povo húngaro.
    No dia 15 de março, será comemorado, o levante contra o Império Austro-Húngaro, em 1848, data muito significativa para esse povo.
    Dia 21 de março, a partir das 12h30, haverá um Festival Gastronônico, com as delícias dos pratos típicos, como sopa de ervilha, frango à páprica com nhoque, patê de ricota e folheado de maça. Um bazar oferecerá doces, geléias, vinhos, lingüiças, e pápricas, tudo importado, além de comida congelada. Ligue para saber sobre outros eventos programados pela Casa Húngara.
    Grupo de Danças Folclóricas Húngaras Pántlika
    Rua Joaquim Antunes, 49/61, tel. (11) 9201-1343.
    Dia 27 de março, a partir das 20h; será realizada a festa em comemoração ao 35 aniversário do Grupo Folclórico Pántlika. Você terá a oportunidade de sentir a contagiante dança de pares húngara Czárdas. O evento terá música e comida típica húngara.
    Local: Colégio Coração de Jesus. Rua Caraíbas, 902 – Pompéia.
    Informações, tel. (11) 9201-1343.
    Igreja Cristã Reformada do Brasil
    Rua Domingos Rodrigues, 306, Lapa, tel. (11) 3834-2395. A arquitetura é uma das mais típicas da Hungria.
    Coral Béla Bartok
    Rua Sepetiva, 1235
    tel. 3572-4535
    * Dolores Freixa é historiadora, professora de História e roteiros turísticos da Faculdade de Turismo da UNIP e Guia de Turismo Cultural



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