Capítulo 17- O Natal de uma Família Húngara
Capítulo 17- O Natal de uma Família Húngara Crescer numa família húngara no Brasil é viver o Natal em dois fusos horários climáticos. Lá fora, o termômetro marcava 30 graus, as cigarras cantavam e o sol brilhava forte. Mas, dentro da nossa casa, a atmosfera era de inverno europeu, trazida pela memória e pela tradição da Dona Dora e do Seu Johann. O Natal húngaro tem regras e magias próprias que a maioria dos brasileiros desconhece. Para começar, o Papai Noel (Mikulás) não vem no dia 24. Ele é pontual e chega no dia 6 de dezembro, Dia de São Nicolau. Nessa noite, nós limpávamos nossas botas até brilharem e as colocávamos na janela. Se fôssemos bons meninos, amanhecíamos com elas cheias de doces, nozes e tangerinas. Se fôssemos maus... bem, a lenda dizia que receberíamos um virgács (um ramo dourado de bétula, símbolo de aviso), trazido pelo Krampus. Mas a grande magia acontecia na noite de 24 de dezembro, a Szenteste (Noite Santa). Diferente da tradição americana, quem trazia a árvore...